
Receber o diagnóstico de demência em um familiar próximo — como pai ou mãe — costuma trazer muitas dúvidas e apreensões. Uma das mais comuns é: “Será que eu também vou desenvolver demência no futuro?”
A resposta não é simples, mas é possível compreender melhor os fatores de risco e, principalmente, o que pode ser feito para reduzir as chances de desenvolver a doença.
Genética: qual o peso do histórico familiar?
A predisposição genética tem um papel importante, mas não é o único fator determinante.
-
- Pessoas com histórico familiar de demência, especialmente quando o diagnóstico ocorreu antes dos 80 anos, podem ter risco aumentado.
-
- Quando a demência está associada a condições vasculares como hipertensão, diabetes ou colesterol alto, o risco familiar também tende a ser maior.
-
- Casos de Alzheimer precoce (antes dos 60 anos) costumam estar ligados a formas genéticas raras e mais agressivas da doença.
-
- Estudos apontam que a história materna de Alzheimer pode estar relacionada a um risco ligeiramente maior do que a história paterna.
Além disso, uma variante genética chamada APOE e4 é uma das mais estudadas no contexto da Doença de Alzheimer. Pessoas com essa variante podem ter risco aumentado, mas é importante destacar:
Ter a variante APOE e4 não significa que você terá demência. E não ter a variante também não garante proteção total.
Em média, filhos de pessoas com Alzheimer têm um risco 2 a 3 vezes maior de desenvolver a doença em comparação com a população geral. No entanto, esse risco não representa uma sentença.
O estilo de vida pode mudar tudo
A grande notícia é que o risco genético pode ser significativamente modificado por fatores ligados ao estilo de vida e à saúde ao longo da vida.
Medidas simples e eficazes para reduzir o risco incluem:
-
- ■ Manter o cérebro ativo, com leitura, aprendizado e estímulos cognitivos
-
- ■ Cuidar da saúde cardiovascular, controlando pressão, diabetes e colesterol
-
- ■ Praticar atividade física regularmente
-
- ■ Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool
-
- ■ Reduzir exposição à poluição e a substâncias tóxicas
-
- ■ Manter relações sociais ativas e evitar o isolamento
-
- ■ Garantir um sono de qualidade e com rotina regular
Segundo estudos, adotar hábitos saudáveis pode reduzir em até 50% o risco de demência — mesmo em pessoas com predisposição genética.
Como saber meu risco real?
É normal sentir-se inseguro diante da possibilidade de desenvolver demência, especialmente ao conviver com um familiar com diagnóstico da doença. Mas você não precisa enfrentar essa dúvida sozinho.
Na consulta geriátrica, é possível:
-
- Avaliar seu histórico familiar e perfil genético
-
- Identificar fatores de risco individuais
-
- Traçar estratégias personalizadas de prevenção
-
- Orientar sobre ajustes de rotina que protejam a saúde do cérebro
Como médico geriatra, meu papel é te ajudar a compreender o risco com clareza e mostrar caminhos reais e possíveis para viver com saúde e autonomia por mais tempo.
Cuidar da mente hoje é um dos maiores investimentos que você pode fazer para o seu futuro.
Se essa é uma preocupação sua, vamos conversar.
Sobre o Dr. Davi Opaleye
Dr. Davi Opaleye é médico geriatra com sólida formação no Brasil e no exterior, e atende atualmente em CAMPINAS-SP:
-
- Graduação em Medicina pela Universidade Federal do Ceará
-
- Residência em Clínica Médica pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP
-
- Residência em Geriatria pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de São Paulo (USP)
-
- Título de especialista pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG)
-
- Mestre em Ciências pela UNIFESP
-
- Mestre em Saúde Pública pela University College London (UCL) e London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM)
-
- CRM 117849 | RQE (Geriatria) 95789
Atende com foco em prevenção, bem-estar e longevidade, aliando conhecimento técnico com escuta atenta e humanizada.
Este conteúdo é informativo e não substitui uma consulta médica. Em caso de dúvidas sobre seu risco de demência ou saúde cognitiva, procure um médico geriatra de confiança.